Em suas redes sociais, o Deputado Estadual Paulo Ramos divulgou pronunciamento, no dia 24/08, no qual acusa integrantes do PSOL Niterói de terem agido para “aprofundar luta interna em vez de se preocupar com a construção do partido” ao criticá-lo no episódio em que o parlamentar discute de maneira agressiva com protetora dos animais em visita institucional que fez à Fazenda Modelo, da Prefeitura do Rio. Esclarecemos que o PSOL Niterói não trata com oportunismo divergências políticas. Sempre apresentamos de forma democrática e nas instâncias cabíveis nossas diferenças com o deputado.
Foi assim quando protestamos e exigimos o imediato desligamento de Zeca Morcarzel de seu Gabinete, pela óbvia contradição com nossos princípios e práticas. Afinal, nas lutas que travamos em Niterói, Mocarzel sempre esteve do lado oposto: com as empresas de ônibus e construtoras. Lembrando que na oportunidade, uma comissão do diretório municipal, formada apenas por mulheres, foi recebida por Paulo Ramos com grosseria e ironias, o que resultou em pedido de abertura de Comissão de Ética.
Do mesmo modo, repudiamos o apoio de Paulo Ramos a Felipe Peixoto (PSB) no segundo turno da última eleição municipal, quando o PSOL Niterói havia deliberado consensualmente em plenária com ampla participação da militância o voto nulo. Não era defensável apoiar um candidato que foi ex-secretário de Cabral e Pezão, que teve apoio declarado de Bolsonaro e que vocalizou propostas de extrema-direita nas eleições. Hoje Felipe Peixoto integra o governo de Marcelo Crivella.
Quanto ao ocorrido na conturbada visita de Paulo Ramos ao Centro de Proteção Animal, o PSOL Niterói não havia se manifestado. Na verdade, militantes do partido opinaram sobre o caso em fórum virtual interno, o que não merece qualquer censura de nossa parte. Aliás, é fantasioso se atribuir a repercussão negativa do acontecido às discussões internas do PSOL.
É a sociedade que questiona o comportamento do deputado perante as críticas que lhe foram dirigidas, em especial vindas de uma mulher, mesmo na hipótese de terem sido injustas. Não se contesta aqui sua trajetória contra os maus tratos aos animais, porém entendemos que Paulo Ramos deve refletir com humildade sobre os fatos e fazer sincera autocrítica, o que não exime a Direção Estadual de analisar o acontecido e propor ao deputado um debate pedagógico sobre opressão de gênero. O Setorial de Mulheres do PSOL está discutindo a situação e confiamos que é a instância que dará a melhor reposta ao caso.
Portanto, o PSOL Niterói não faz luta interna por capricho ou para satisfazer algum interesse menor, mas somente quando isso se mostra imprescindível para a construção partidária. Acreditamos que um partido democrático se faz com o controle coletivo de suas figuras públicas. Resta saber se o deputado estadual Paulo Ramos está realmente interessado a se integrar ao PSOL, assumindo de conjunto as posições coletivamente aprovadas e com disposição de construir cultura política radicalmente democrática.
Infelizmente, ao que tudo indica, sua atuação será cada vez mais autônoma da bancada do PSOL na Alerj e do próprio partido, o que tornará incompatível sua permanência em nossas fileiras.
Niterói, 31 de agosto de 2017 Executiva do PSOL Niterói