O PSOL é o partido com maior número de seguidores nas redes sociais da cidade. Em levantamento feito em janeiro de 2017 o Partido Socialismo e Liberdade apareceu com 3.627 ligadas à sua página pública enquanto o PSDB apareceu com 3.044, o PV com 2.284, o PCB com 2.120 e, logo em seguida, o PDT com 2.044. Nacionalmente o Partido Socialismo e Liberdade é o 4º partido mais seguido da rede.
Partido pequeno que não aceita dinheiro de empresas privadas, o PSOL aposta na força de sua capacidade de mobilização nas redes sociais como trunfo para se comunicar e transmitir suas ideias. Com a reforma política de Eduardo Cunha a legenda perdeu quase todo seu tempo de televisão e as redes sociais agora são uma aposta necessária. A força da mobilização coletiva nas redes sociais através de campanhas e compartilhamentos é uma das poucas opções que sobrou para o partido tentar alguma visibilidade no meio do latifúndio de mídia privada que é o Brasil.
Em julho de 2016 a empresa Vértice, especializada em inteligência nas redes sociais, publicou um artigo destacando que o "PSOL sai na frente na conquista de eleitores no Facebook, com candidatos ao Executivo e Legislativo se destacando na rede". Esquerda se destaca em uso de mídia social em Niterói
(Vértice Inteligência - 06/07/2016) O uso de ferramentas como Facebook e Twitter por políticos é algo que merece ser explorado, uma vez que as mídias sociais podem facilitar o contato com possíveis eleitores e demais apoiadores da campanha. No caso de municípios de pequeno e médio portes que se situam em regiões metropolitanas, as redes sociais se tornam particularmente atraentes para a circulação de conteúdos relacionados à política local, uma vez que a tendência é que os principais meios de comunicação da região dêem maior destaque em seus noticiários aos assuntos do grande centro urbano – ficando os acontecimentos locais geralmente restritos a um segundo plano e competindo com o de outras cidades do entorno.
Niterói possui uma população estimada de 495 mil habitantes e está entre as dez cidades brasileiras com melhores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ocupando a primeira posição no ranking estadual. Apenas treze quilômetros a separam fisicamente do Rio de Janeiro. Justamente por causa da proximidade com essa metrópole mundial, que será sede das Olímpiadas dentro de pouco mais de mês, que muito do que acontece do lado niteroiense da ponte não vira notícia nos principais meios de comunicação utilizados como fontes tradicionais de informação pelos moradores da Cidade Sorriso.
Assim, as redes sociais acabaram se tornando importantes referenciais para a troca de informações sobre trânsito, segurança pública, atividades culturais e mobilização política em torno de temas de interesse da população. Para os candidatos a cargos do Executivo e Legislativo, constitui um espaço eficiente de atuação. Os benefícios do uso da internet em campanhas incluem custos menores e aumento da qualidade do diálogo com o eleitorado e potenciais financiadores. Para os políticos, é possível que o candidato desenvolva autonomia em relação aos meios de comunicação tradicionais e ao próprio partido, a partir da possibilidade de uma comunicação mais direta e intensa com o eleitorado.
Entretanto, para que esse processo seja eficiente, é preciso:
1) planejamento; 2) informação estratégica; 3) atuação profissional. Primeiramente, alcança melhores resultados aquele candidato que se antecipa aos demais, e não apenas marca presença no mundo virtual às vésperas da eleição. Ele deve ser capaz de construir redes relativamente estáveis dentro desse universo, envolvendo apoiadores e identificando possíveis pontos nevrálgicos ou que venham a desencadear processos de crise. Para tanto, conhecer o terreno de atuação e identificar o conjunto de agente que formam a rede torna-se imprescindível.
Análise de redes
A equipe da Vértice Inteligência fez um levantamento das páginas no Facebook dos possíveis candidatos a prefeito de Niterói e dos atuais vereadores. Analisamos a popularidade dos canais, que se refere ao número de seguidores e de engajamento médio, e a construção de pontes de relacionamento com outros atores. Esse foco duplo busca entender como os políticos se prepararam previamente para o contexto da campanha nas mídias sociais e investiram na construção de um capital de comunicação e de relacionamento com um amplo número de influenciadores. Mapeamos 528 fan-pages com 2662 ligações entre si. A rede apresenta um panorama amplo da conjuntura da disputa eleitoral de Niterói em 2016 nas mídias sociais. O primeiro ponto a ser destacado é que há um domínio claro da esquerda. Isso quer dizer que atores políticos da esquerda construíram redes amplas de mobilização, para além dos seus canais oficiais. Apesar de possuir alguns canais isolados com algum alcance, atores de centro ou de direita possuem redes menores nas mídias sociais. Isso indica que eles irão apostar em um modelo de campanha mais individualizado ou focado em outros veículos.
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Em segundo lugar, a topologia mostra que há duas esquerdas atuantes no Facebook em Niterói com características relativamente diferentes. De um lado, há uma rede densa do PSOL. Há diversos atores que possuem alcance e influência nessa rede, como Paulo Eduardo Gomes, Marcelo Freixo, Renatinho, Henrique Vieira, e outras lideranças. Estão presentes, também, movimentos sociais e centrais sindicais locais, que podem ser parceiros-chave para a disseminação da plataforma de campanha partidária. De outro lado, há um grupo da frente PT/PCdoB. Esse espaço é centralizado por Leonardo Giordano, os demais canais possuem menor impacto municipal ou são da esfera governamental. Nas últimas eleições, PSOL Niterói tinha também o prefeitável e o candidato a vereador com maior número de seguidores nas redes
Entre os prefeitáveis de Niterói, somente três candidatos possuem contas ativas no Facebook. Contudo, o padrão de utilização é muito diferente. Flávio Serafini (PSOL) se destaca com maior índice de seguidores e de engajamento. Em seguida, estão Felipe Peixoto (PDT) e o atual prefeito, Rodrigo Neves (PV), considerando que Peixoto possui maior público geral, enquanto Neves tem mais menções, decorrentes de estar ocupando o cargo e possuir maior acesso à imprensa tradicional. Wolney Trindade e demais candidatos não desenvolveram políticas de ativação de contas nas mídias sociais e devem largar atrás dos demais concorrentes ao posto.
Entre os vereadores, o mesmo padrão se repete, com maior destaque para políticos de esquerda e que investem de forma contínua no Facebook como canal de comunicação com os eleitores. Paulo Eduardo Gomes é o político com maior número de seguidores em Niterói, inclusive considerando os prefeitáveis. Em segundo lugar, aparece Priscila Nocetti. Contudo, a vereadora tem perfil de uso híbrido, mesclando postagens do mandato com fotos pessoais e da carreira midiática. Mais dois políticos de partidos de esquerda aparecem, Leonardo Giordano e Henrique Lima. Somente em quinto lugar vem o PSDB, com Bruno Lessa chegando a 20 mil curtidas.