Foto: EBC | Empresa Brasil de Comunicação
Menos de 3 meses após Felipe Peixoto entregar o cargo de Secretário de Saúde do governo Pezão (PMDB) em dezembro de 2015, foram encontrados na Central Geral de Abastecimento (CGA) do Barreto em Niterói, 300 toneladas de remédios com a data de validade vencida e que precisaram ser incineradas. No mesmo depósito, um mês antes, foram encontrados e descartados mais de 7,5 mil artigos para cirurgia que também acabaram tendo que ir para o lixo.
No total, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro gastou aproximadamente R$ 2,8 milhões apenas para incinerar as mais de mil toneladas de remédios estragados. Entre os produtos que foram descartados estão antibióticos, remédios para pressão, para controle de glicose, hipertensão, AIDS, câncer, próteses e até mesmo biolarvicidas que deveriam ser utilizados no combate da dengue, que possui números epidêmicos no estado. Contraditoriamente, ao anunciar sua saída da secretaria ao jornal O Globo, Peixoto reclamou da "falta de insumos nas unidades de saúdes" e ainda afirmou que precisou recorrer à doação de remédios por laboratórios privados. Luiz Antônio Teixeira Jr., atual secretario de saúde, assumiu o cargo em janeiro de 2016 e afirma que não recebeu qualquer relatório de trabalho da gestão de Felipe Peixoto, que, além de realizar gastos excessivos com remédios que não teriam condição de serem consumidos em tão pouco tempo, ainda não alertou o novo secretário sobre a existência das medicações em vias de estragar. O superintendente de Armazenagem e Distribuição, além de outros profissionais que integraram a gestão de Peixoto foram exonerados imediatamente e substituídos por novos profissionais. Todas essas informações, segundo o secretário, foram enviadas ao Ministério Público para instauração de inquérito civil. A gestão de Felipe Peixoto ainda mantinha um contrato superfaturado com o consórcio Log Rio, administrado pelas empresas Facility e Prol, responsável pelo recebimento, armazenamento e distribuição do material médico. Logo que Peixoto deixou o cargo e o novo secretário foi empossado, o valor repassado pela secretaria à empresa foi reduzido de R$ 4,4 para R$ 2,5 milhões, menos de 43,6% do valor anterior. A economia da nova gestão da secretaria, só nesse ajuste junto ao consórcio, será de mais de R$ 23 milhões durante todo o ano de 2016. Junto ao escândalo das toneladas de remédios estragados, um mês antes de abandonar o cargo em meio à uma crise que fez o governo Pezão (PMDB) decretar "estado de calamidade pública" no Rio de Janeiro, o ex-secretário Felipe Peixoto ainda anunciou o fim dos serviços de pronto-socorro nas principais unidades de saúde do estado. _ Fontes: O Globo - Em meio à crise, secretário de saúde Felipe Peixoto deixará o cargo no próximo dia 31 http://oglobo.globo.com/rio/em-meio-crise-secretario-de-saude-deixara-cargo-no-proximo-dia-31-18350731 Extra - Mil toneladas de remédios são jogadas no lixo no Rio http://extra.globo.com/noticias/rio/mil-toneladas-de-remedio-sao-jogadas-no-lixo-no-rio-18728450.html G1 - Inspeção acha mais 300 toneladas de remédios vencidos em depósito no RJ http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/02/inspecao-acha-mais-300-toneladas-de-remedio-vencido-em-deposito-no-rj.html G1 - Materiais cirúrgios novos vão para o lixo após passarem da validade, no Rio http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/01/materiais-cirurgicos-novos-vao-para-o-lixo-por-passarem-da-validade-no-rio.html