O Hospital Universitário Antônio Pedro fechou 40 leitos. A reitoria da UFF e o superintendente da EBSERH, Tarcísio Rivelo, alegam falta de verbas e fim de contratos de trabalhadores temporários. Entretanto, devemos lembrar que o argumento da reitoria para a aprovação da EBSERH era justamente a abertura dos leitos que estavam fechados, o aumento do número de funcionários via concurso e o aumento de verbas para o hospital. Após um Conselho Universitário ilegal, a EBSERH foi aprovada sem nenhuma democracia, com uso de forte aparato repressivo e até mesmo da Guarda Municipal de Rodrigo Neves, à revelia da comunidade acadêmica e dos usuários.
Neste sentido, a contradição se evidencia. Mesmo com a EBSERH, mais de 80 trabalhadores não tiveram seus contratos renovados, e por conta disso, o superintendente da empresa, de forma unilateral e irresponsável fechou 40 leitos, prejudicando o tratamento dos pacientes e agravando seus quadros de saúde, podendo levá-los a óbito se não tiverem o tratamento adequado. Além disso, prejudica também os estudantes de diversos cursos que dependem dos pacientes para o aprendizado prático.
Para além do fechamento de leitos, o Hospital Antônio Pedro sofre também com uma estrutura precária, onde a cada semana um setor fecha. Na semana passada, elevadores, ressonância, tomografia e hemodinâmica estavam paralisadas, o que impede o acesso de usuários a inúmeros exames, setores, etc, dificultando o tratamento de quem precisa. Tudo isso reflexo do sucessivo corte de verbas na saúde e educação, acumulados nos últimos governos Dilma/Temer. Somente no último ano, foram cortados 4,2bi da educação e 2,3bi da saúde, revelando a opção desses governos de garantir o pagamento de juros da dívida à banqueiros em vez de investir nas áreas sociais.
Exigimos a revogação imediata da EBSERH, reabertura dos leitos, concurso público e mais verbas para o Antônio Pedro, um hospital de alta complexidade, que atende não somente a cidade de Niterói, mas Itaboraí, São Gonçalo, Maricá, Itaipuaçu, Saquarema, Rio Bonito Tanguá, Rio de Janeiro e demais cidades adjacentes.